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Fatma Samoura: a mulher mais poderosa do futebol

Secretária-geral da FIFA desde 2016, Fatma Samoura teve participação decisiva no futebol mundial nos últimos anos

Em 1995, quando deu os primeiros passos na Organização das Nações Unidas (ONU), Samoura não imaginava que seu caminho se cruzaria com o futebol. Em Centenaire Gibraltar, bairro da periferia do centro de Dakar onde cresceu na década de 1970, a jovem Fatma Samoura apaixonou-se pelo futebol desde muito cedo, no contato com os colegas e vizinhos do bairro.

Aluna brilhante, frequentou a escola secundária Maurice Delafosse, em Dakar. Após o bacharelado, Samoura se mudou para França, onde aperfeiçoou os seus conhecimentos em idiomas e obteve um mestrado em inglês e espanhol, adquirido na Universidade de Lyon e um mestrado em Gestão, com especialização em Comércio. Relações Internacionais pelo Instituto de Estudos Superiores Especializados (IESS) de Estrasburgo (França).

A volta para o Senegal

De volta ao Senegal, ocupou um cargo de gestão dentro da indústria nacional. Durante 8 anos, Fatma Samoura evoluiu no movimentado setor de fertilizantes e outros insumos químicos, cuidando assim da importação e da exportação da produção senegalesa.

Participação na ONU

Samoura então ingressou no sistema das Nações Unidas em 1995. Ela subiu na hierarquia e tornou-se Gerente de Logística do Programa Mundial de Alimentos em Roma. Este período precede a sua ascensão como coordenadora humanitária da ONU em vários países africanos.

No total, serviu a causa das Nações Unidas em cinco países africanos: Djibouti, Camarões, Chade, Madagáscar e Nigéria. Neste último país, substituiu outro senegalês, Daouda Touré, e serviu como Representante Residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Coordenadora Humanitária das Nações Unidas na Nigéria, seu último cargo antes da passagem para a FIFA, cuidou, entre outras coisas, do orçamento, dos recursos humanos e de diversas transações, supervisionando a segurança, política, social e econômica deste país.

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Atuação na FIFA

Fatma Samoura torna-se a décima pessoa, mas principalmente, a primeira mulher e a primeira não europeia a ocupar este cargo desde a criação da FIFA.

Gianni Infatino justificou a escolha pelo fato da política senegalesa ter experiência nas tarefas de gestão, qualidades necessárias em uma FIFA que teve de ser renovada após um período difícil, num contexto de corrupção e denúncias.

Sua nomeação foi divulgada em de maio de 2016, durante o 66º Congresso Ordinário da FIFA. Fatma Samba Diouf Samoura ocupou uma posição altamente estratégica e exposta. Uma espécie de primeiro-ministro do governo do futebol mundial, responsável pela administração da FIFA. O Secretário-Geral também é responsável pelas finanças, relações internacionais, organização da Copa do Mundo, bem como outras competições organizadas pela FIFA.

Administrativamente, Fatma Samoura supervisionou uma reestruturação completa da FIFA que incluiu a nomeação de dois secretários-gerais adjuntos, uma divisão de desenvolvimento técnico, e a nomeação de responsáveis pela conformidade e programas melhorados para as federações-membro, desempenhando assim, uma papel central na transformação da organização, na restauração da sua credibilidade e na remoção de barreiras.

A nível esportivo, os seus feitos centram-se principalmente no futebol feminino, com a criação de uma nova divisão de futebol feminino totalmente desenvolvida. A categoria continuou a sua crescente expansão, até ao último Mundial organizado na Austrália e na Nova Zelândia, que constitui a última grande missão de Fatma Samoura dentro da FIFA. Foi também à margem deste torneio, em junho de 2023, que foi anunciada a sua saída, seguida de homenagens do presidente Gianni Infatino.

A então secretária-geral da Fifa, deixou o cargo depois de sete anos como a mulher de maior destaque no futebol mundial,sendo substituída pelo sueco Mattias Grafström.

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