A National Basketball Association (NBA) segue avançando nos planos para lançar uma nova liga profissional de basquete na Europa, em parceria com a Federação Internacional de Basquete (Fiba). Em meio às especulações sobre os rumos desse projeto, o Reino Unido desponta como a principal aposta da liga norte-americana no continente europeu.
Durante o evento SportsPro Live, realizado no Kia Oval, em Londres, George Aivazoglou — diretor-geral da NBA para Europa e Oriente Médio — reforçou o interesse da organização em explorar mercados ainda pouco desenvolvidos comercialmente, mas com alto potencial de engajamento. Segundo o executivo, o Reino Unido é “a maior oportunidade única” na região.
“Para crianças de até 12 anos, o basquete já é o segundo esporte mais popular em termos de participação no Reino Unido”, disse Aivazoglou. “Mas fatores como infraestrutura deficiente, escassez de técnicos e ausência de uma liga realmente competitiva impedem o esporte de alcançar seu real potencial por aqui.”
Apesar dos desafios, a NBA acredita que cidades como Londres e Manchester são cruciais para o sucesso da nova liga europeia. A ideia, segundo Aivazoglou, é colaborar com construtoras e operadoras de arenas para desenvolver novos espaços em diferentes países, criando uma rede de franquias modernas e com apelo local.
Ainda sem cronograma definido, o projeto prevê uma liga com 16 times, sendo 12 deles membros permanentes. A composição dos participantes está em aberto: a NBA considera a entrada de clubes tradicionais da Europa, organizações esportivas que ainda não têm uma equipe de basquete, e até franquias criadas do zero.
“Vamos ter um equilíbrio entre esses três grupos”, explicou o executivo. “Estamos muito abertos a quem vai participar. Pode ser que clubes de futebol entrem nesse ecossistema ou que surjam novos projetos em cidades com potencial.”
Segundo a Sportico, a NBA espera arrecadar até US$ 500 milhões por franquia em cidades consideradas estratégicas, como Londres e Paris. A estimativa é de que o sistema europeu e do Oriente Médio possa gerar até US$ 3 bilhões em receita anual.
EuroLeague critica projeto, mas NBA busca parceria
A proposta, no entanto, não passou despercebida pelo EuroLeague, principal competição de clubes da Europa atualmente. O CEO da liga, Paulius Motiejunas, já criticou publicamente a iniciativa, afirmando que o plano “não faz sentido” e que criaria uma paisagem mais fragmentada para torcedores e patrocinadores.
Em resposta, Aivazoglou minimizou a resistência e reiterou o desejo de cooperação com as partes interessadas. “Apenas 10% dos fãs de basquete na Europa conseguem ver seus clubes jogarem na EuroLeague”, argumentou. “Nós sempre tivemos uma relação próxima com a liga, já organizamos jogos conjuntos, e estamos dispostos a dialogar.”
De acordo com o executivo, a NBA chegou a participar da reunião do conselho da EuroLeague recentemente para apresentar seus planos e buscar pontos de convergência.
A movimentação da NBA ocorre em meio a incertezas no cenário britânico. A Super League Basketball (SLB) ameaça romper com a Federação Britânica de Basquete (BBF) após a entidade conceder a um grupo de investidores dos EUA o direito de operar a liga principal do país pelos próximos 15 anos, a partir da temporada 2026/27.
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Com ou sem conflitos, a NBA vê espaço para crescer. A nova liga europeia é parte de um esforço maior da entidade para expandir sua presença global, e o Reino Unido — com sua base de fãs crescente e mercado esportivo robusto — parece estar no centro dessa estratégia.