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SIR #21 – Um bate-papo com Rebeca Andrade, a atleta do ano de 2024

Rebeca Andrade não é apenas uma ginasta de elite; ela é um ícone que furou a bolha do esporte para se tornar símbolo de superação e representatividade no Brasil e no mundo. Em entrevista exclusiva, a estrela compartilhou detalhes de sua trajetória, os desafios de uma carreira marcada por conquistas históricas e lesões impactantes, e como ela enxerga seu papel como inspiração para novas gerações

Rebeca Andrade foi a melhor atleta brasileira em 2024. Com as quatro medalhas conquistadas nos Jogos Olímpicos de Paris – uma de ouro, duas de prata e uma de bronze – a ginasta se tornou a maior medalhista da história do Brasil, superando a marca de cinco pódios dos velejadores Torben Grael e Robert Scheidt.

Com as medalhas conquistadas, Rebeca deixou para trás a jogadora de vôlei Fofão e a judoca Mayra Aguiar no ranking de mulheres medalhistas do Brasil (Créditos: Nathalia Teixeira)

Além disso, foi a primeira vez que um representante do Brasil levou quatro medalhas em uma única edição dos Jogos, superando os três pódios de Isaquias Queiroz na canoagem da Rio 2016. Com tantos feitos na carreira, Rebeca Andrade tem muitos motivos para se orgulhar. Afinal, para chegar ao topo, ela precisou abdicar de muitas coisas, inclusive, da família. 

De Guarulhos para o Mundo 

Nascida e criada junto de seus sete irmãos em Guarulhos, a filha da dona Rosa começou na ginástica aos quatro anos. Sempre cheia de energia, pulando nos móveis de casa, Rebeca chamou a atenção de sua tia Cida, que a levou para conhecer o Ginásio Bonifácio Cardoso, onde havia um projeto social de iniciação ao esporte. A paixão foi instantânea, e ela logo teve certeza de que aquele era o seu futuro.

“Quando eu era pequena nem sempre tínhamos o dinheiro da passagem para ir ao treino. Sempre ia com meu irmão, e eram quase duas horas caminhando. Minha mãe ajudava como podia, às vezes dava o dinheiro da passagem dela para a gente ir de transporte público. Até que meu irmão Emerson comprou uma bicicleta, o que facilitou muito. Ainda era muito longe, mas de bicicleta conseguíamos ir e voltar mais rápido. Eu não sabia que seria uma atleta profissional, mas, quando cheguei naquele ginásio, parecia um parque de diversões para mim. Era aquilo que eu queria para o meu futuro”.

A mudança para Curitiba e o afastamento da família 

Após chamar atenção da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Rebeca Andrade se tornou a “Daianinha de Guarulhos” e, aos dez anos, mudou-se sozinha para Curitiba, a fim de conseguir melhores condições de treino. Foi a partir deste momento que houve uma virada de chave, onde ela percebeu que já estava tendo uma vida de atleta. 

Um ano depois, em 2011, Rebeca Andrade mudou-se para o Rio de Janeiro para tornar-se atleta do Clube de Regatas do Flamengo, clube onde permanece até a atualidade (Créditos: SporTV).

“Morando em Curitiba, longe da minha família, dividindo meu tempo entre escola e os treinos, eu estava feliz e começando a ser uma atleta de verdade. Naquela época, minha inspiração foi a Daiane. Queria imitar ela, assistia as competições e quando tive o primeiro contato com ela foi um momento mágico. De tanto que eu gostava e tentava seguir os passos dela, me chamavam de “Daianinha de Guarulhos”.

As lesões constantes e o renascimento no esporte

Dois anos depois, em 2012, Rebeca Andrade fez sua estreia internacional no Campeonato Pan-Americano de Ginástica Artística, realizado em Medellín, na Colômbia, onde conquistou as medalhas de ouro nas provas de individual geral, salto e solo, além de uma prata por equipes e um bronze na trave. 

Nos anos seguintes, Rebeca continuou empilhando medalhas em diversos eventos, como o Campeonato Sul-Americano Júnior , Nadia Comăneci Invitational e o Gimnasíada, até que, em 2014, teve uma fratura no dedão do pé que a tirou dos Jogos Olímpicos de Verão da Juventude. E como em um passe de mágica, a atleta viu tudo que conquistou se esvair em um período de cinco anos. 

Entre 2015 a 2024, Rebeca Andrade conquistou 56 medalhas no circuito da ginástica artística (Créditos: Nathalia Teixeira)

As lesões… Bom, foram oito no total, sendo três de ligamento cruzado no mesmo joelho, o que me fez repensar muito, a cada lesão e cirurgia, o que eu queria para o meu futuro. Nunca tive problema de me sentir pressionada em competição, isso tem muito a ver com a minha rede de apoio, a segurança que a minha família sempre me passou e o trabalho que faço com a minha psicóloga, a Aline, desde que eu tinha 13 anos. As lesões foram muito duras, em momentos importantes, mas sempre tive muita gente ao meu lado para me apoiar, me passar confiança e superar. Voltei sempre melhor depois de cada lesão”.


Para se aprofundar na história de Rebeca Andrade, convidamos você a ler a entrevista completa no Linkedln. É uma leitura imperdível para todos os apaixonados pelo esporte e para aqueles que acreditam no potencial transformador da ginástica artística. Além disso, não esqueça de assinar a nossa newsletter para ter mais conteúdos como esse.

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